

Meu coração acelerou, eu não sabia que Arthur voltaria tão cedo. E lá estava ele, com nossos filhos no colo rindo, o homem da minha vida. Eu poderia me jogar em cima dele e derrubar todos rindo, e começar a beijá-lo, mas eu não conseguia nem dar um passo, minhas pernas estavam bambas, minhas mãos estavam suadas. Mesmo depois de casados ele conseguia me fazer ficar nervosa com sua presença, então fiquei lá, encostada no batente da porta, quieta para ninguém perceber minha presença.
'Mamãe! -Disse Ane, no colo do Pai- Mamãe!'
Arthur se virou para mim, e meu coração seu corroeu. Não era o sorriso que eu esperava, não era seus sorrisos alegres, era só... Um sorriso forçado? Não... Pura impressão! Diego se desprendeu do colo do pai e ajudou Anelise a descer, e foi lá para fora poder aprontar com a (louca) da Sophia, levando Anelise no colo. Olhei bem no fundo de seus olhos, ele estava feliz até notar minha presença ali, o que eu tinha feito? Será que ele estava bravo comigo? Caminhei aos poucos até ele, tentando não levar um tombo e o abracei, e o que ganhei foi um selinho rápido, e quando ele foi sair para ir atrás de Diego, segurei sua mão.
'Arthur! -Disse, e pude perceber que minha voz saiu tremula e um quanto triste, piedosa- Eu fiz alguma coisa?'
'Não, Lua! Que ideia!' -Ele disse arrogante, tentando soltar a mão da minha, que segurei mais firme.
'Você está estranho, Arthur.' -Disse quase num sussurro, mas sei que ele ouviu.
'Você está louca, Lua.' -Ele disse com firmeza.
'Eu não mereço nem um beijo? -Digo olhando nos seus olhos, e o mesmo desviou o olhar- 'Arthur você estava em uma turnê mundial, ficamos separados, e eu não mereço um beijo?' -Disse abaixando a cabeça, soltando sua mão, ele não me amava mais. Ou eu estava sendo insegura de mais?
'Por que isso agora, Lua?' -Ele disse, mas eu estava de cabeça baixa e fingi não ouvi-lo. 'Hein?'
'Porque... Os casais apaixonados ao menos sentem falta um do outro, eu senti sua falta. Desculpa, eu sei que você deve estar estressado... Eu... Eu...'
'Você está sendo insegura, Lua. Eu também senti sua falta, oras!'
'Arthur! Não precisa ser tão arrogante, ok?'
'Ah... Faça-me um favor, Lua. Arrogante? Eu só queria passar um tempo com meus filhos.'
'Ai amanhã, toda essa paternidade linda acaba e você volta a ensaiar dia e noite?'
'Ah... Eu trabalho, ok?'
'Eu também trabalho!'
'Mas é diferente... Não se compara! Digamos que é beeem mais diferente.' -Ele sabia, que eu estava sensível a respeito do trabalho, abaixei a cabeça e sai em direção as escadas- 'Ah Lua! Qual é? Eu só falei... Eu só quis dizer... Eu...'
Entrei no quarto e me tranquei, algumas lágrimas caíram dos meus olhos. Eu era insegura de mais, ou Arthur não estava mas me tratando com seu jeito doce? Eu era insegura de mais, ou tinha ouvido aquela voz no telefonema? Eu era insegura de mais, ou ele que era fiel de menos? Não... Não podia ser. Tranquei a porta, para Arthur não vir atrás de mim, e me achar mais insegura ainda, não gostava de colocá-lo contra a parede. Mas só ouvi a porta lá de baixo se fechar, ele nem ao menos tinha tido o trabalho de perder tempo comigo, e eu não sabia porque, mas uma voz escoou na minha cabeça, me dizendo o que eu precisava fazer naquele instante.
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ResponderExcluirPosta!!!!!!!!!!
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