Addicted ² - 16° Capitulo

       


Todos já haviam ido para suas casas, e agora eu estava esquentando o leite para a mamadeira de Ane, coloquei já no vidro, e deixa-a de lado. Peguei um pacotinho de biscoitos e joguei-o sobre a mesa. Entre um e outro, Arthur apareceu na cozinha só de boxer, com a cara amarrada.
'Boa noite, amor.' -Disse sarcástica, chamando sua atenção. Ele me fuzilou com os olhos, então pegou um pacotinho de Rufflles, me ignorando. Me levantei e me apoiei sobre seu ombro, o dando um beijo na bochecha. Então ele me deu um sorriso falso e foi para o quarto. Sorri comigo mesmo por conseguir provocá-lo, terminei meus biscoitos e experimentei a temperatura da mamadeira da Ane... Morna. Perfeito! Entrei no quarto dela. E me deparo com Diego cantando uma música de ninar, enquanto acaricia a cabeça de Ane. Fico parada no batente da porta até ele me notar.
'Oi, mãe!' -Ele disse sorrindo.
'Oi príncipe!' -Disse sorrindo de volta e dando um beijo na sua testa
'Deixa que eu dou a mamadeira. -Disse apontando para o objeto em minhas mãos. Ergui as sobrancelhas.- É sério!' -Ele disse sorrindo, então eu praticamente me derreti, era como ver um mini-Arthur sorrir para mim. Entreguei a ele e sai do quarto, sabia que podia confiar com ele cuidando de Ane, sempre pude.

Flash Back On-
 As pessoas passavam rápido pela sala, indo e voltando, procurava alguém conhecido, mas não. Todos de branco, médicos e enfermeiras. Que droga! Eu acabei de sair de um parto, cadê minha filha?
Sophia entrou, junto com Mel, e ambas estavam com o rosto vermelho de tanto chorar, e com um sorriso que mal cabia no rosto. Pulavam estéricas.
'Você tem que ver ela! Ela tem seus olhos, Lu! -Disse Sophia- Ela é perfeita!'
'Ai! Mal imagino quando for minha vez! -Disse Mel- Imagino como seria um filho meu e do Chay... Ai, ela é perfeita mesmo! O Diego e ela são as crianças mais lindas que eu já vi.'
'Cadê ela? Quando eu vou poder ver ela? Por que vocês não trouxeram ela para cá?' -Soltei em disparada as perguntas presas e minha garganta.
'Calma ai, super-mãe! -Disse Sophia, ironizando- Os outros também querem ver ela, acha que é privilégio só seu?'
'Eu que carreguei ela por 9 meses, e eu que tive o parto Sophia! -Olhei para ela, que coçou a cabeça, em sinal que estava confusa. Mel virou os olhos e olhou para mim, que entendi na hora- Dá um pedala nela para mim?' -Mel sorriu, e deu, enquanto Sophia a olhava incrédula.
'Os meninos! Eles também querem ver a Lua!' -Disse Sophia, então arrastou Mel de lá. Fitei a porta ser aberta e de lá entrar na sala Pedro, Chay e Micael.
'Cara! Ela é muito linda -Disse Pedro com brilhos nos olhos- Ela tem os olhos tão...'
'Especiais!' -Completou Chay.
'Lu... Ela é tão linda como você.' -Micael fez carinho na minha cabeça, acolhedor.
'Quando ela crescer, o Arthur e o Diego vão ter que ficar de olho.' -Comentou Chay, e os outros confirmaram.
'Deixa que nós cuidamos para deixar os marmanjos bem longe dela.' -Disse Pedro, abraçando os amigos pelos ombros, que concordaram como se fosse militares. E eu ri.
'Quando eu vou vê-la?' -Perguntei fazendo cara de cachorrinho que caiu da mudança.
'Calma Lu...' -Disse Chay rindo.
'...O pai coruja tá vendo ela.' -Micael completou, rindo da minha cara.
'Vocês são malvados!' -Disse fazendo birra.
'Lu... Você é bipolar! As vezes é decidida, outras vezes é tão criança!' -Pedro me alfinetou.
'Criança? Ah é? Não fala comigo!' -Disse mostrando a língua para ele, e virei o rosto para o outro lado, então pude ouvir a risada deles, e depois eles saindo pela porta. E não demorou muito para ela ser aberta, e um ser pequenino entrar por ela.
'Mãe? -Disse Diego entrando na sala com um sorriso sapeca- Ela parece um anjinho!' -Ele disse, então percebi que a bebê estava no seu colo, Diego entrou seguido por Arthur. Me deparei com os grandes olhos castanhos cor-chocolate, que brilhavam, olhando para o local, logo depois parou os olhos em mim. Passou a mão pela minha bochecha, e seu rosto expressou algo que eu considerei ser um sorriso. Diego colocou-a ao meu lado para eu pegá-la. Arthur só olhava cada detalhe meu e da bebê, encantado.
'Ei... -Disse cutucando-o de leve, o tirando de seu transe- Qual vai ser o nome dela?'
'Roberta?' -Ele disse, mas Diego acenou com a cabeça dizendo que não.
'Melissa?' -Tentei, e também recebi negativo.
'Vitória?' -Arthur disse. Também recebendo negativo.
'Beatriz? Jhulie? Julieta? Maria?' -Tentei, e recebi vários nãos de Diego.
'Então o que, pirralho?' -Disse Arthur, bagunçando os cabelos do filho.
'Ane. -Sorriu amarelo- Anelise.' -Ele disse, passando a mão pelo rosto da irmã, que sorriu ao ouvir seu nome.
'Acho que ela gostou.' -Disse Arthur.
'Parabéns príncipe!' -Disse sorrindo.
'Eu vou cuidar dela -Ele disse olhando fixo para mim- Eu juro.'
Então sorri, abobada.
'Ane.. -Sussurrou Arthur- Anelise... Nossa nova princesa.'
Flash Back Of-

Anelise tinha os olhos, tão conquistadores quando os de Diego, e quem encarava-os não conseguia dizer um  "Não." O dia do hospital foi um dos mais especiais da minha vida, porque não vi Diego como meu filho pequeno que eu tenho que cuidar, vi ele como meu príncipe maduro, as vezes eu percebia o quão ele exigia de si mesmo. Olhei pela porta semi-aberta do meu quarto, Arthur. Ainda só de boxer, com os olhos cheios de emoções, seus olhos fitavam o nada, seu rosto era pensativo. Então ele começou a tocar.

[Ouça a música clicando aqui]
"I never meant the things I said
To make you cry can I say I'm sorry?
It's hard to forget and yes I regret
All these mistakes

I don't know why you're leaving me
But I know you must have your reasons
There's tears in your eyes, I watch as you cry
But it's getting late"

(Eu nunca quis dizer as coisas que eu disse
Para fazer você chorar, eu posso dizer que sinto muito?
É difícil esquecer e sim lamento
Todos estes erros

Eu não sei por que você está me deixando
Mas eu sei que você deve ter suas razões
Há lágrimas em seus olhos, eu vejo como você chora
Mas está ficando tarde)
Ele cantava, então parou por um tempo, como se tenta-se achar palavras que pudessem expressar tudo de melhor forma.

"Was I invading in on your secrets?
Was I too close for comfort?
You're pushing me out,
When I wanted in
What was I just about to discover?
When I got too close for comfort
And driving you home?
Guess I'll never know  "

(Eu estava invadindo seus segredos?
Eu estava perigosamente perto?

Você está me afastando,
Quando eu quero entrar
O que eu estava a ponto de descobrir ?
Quando eu cheguei perigosamente perto?

Levando você de carro para casa?
Acho que eu nunca vou saber)

Era assim que eu me sentia, e como ele se sentia. Mas afinal, qual de nós tínhamos segredos?